As músicas nos acompanham mesmo antes de nos
tornarmos 'nós'. A música que me lembrava você e eu sorria reconhecendo que
estava nascendo em mim uma vontade de você. A música dos momentos de tensão só
por estar ao seu lado. A música engraçada que relatava minha paixão platônica
adolescente. A que tocou a primeira vez que nossos olhares se cruzaram por mais
de cinco segundos, parecendo que as borboletas do meu estômago estavam em um
carnaval. Tem aquela que você tanto gosta e que, inevitavelmente, sempre vai lembrar você. A que tocava enquanto
eu, intensamente, te amava. A que você me mandou num dia qualquer e aquela depois da nossa
discussão. A que me fez chorar de saudades. A que sempre rimos quando toca. A
que sempre causa um clima tenso. A música que, não basta sabermos a coreografia,
temos que dançar − estejamos onde estiver. Aquela que eu odiei e odeio até hoje
por ciúmes. A que te marcou no passado, que sempre comenta com um sorriso
lindo. A que me faz refletir sobre nós. Aquela que, não sei por que até hoje,
mas me lembra você. Aquela que te descreve melhor que você nas suas
autodefinições confusas e um tanto fora da realidade. A que cantamos sempre que
um dos dois está triste. Não poderia esquecer da que cantei pra você, mesmo
desafinada porém ao vivo, naquele show onde o vocalista me puxou para o palco.
A que cantamos naquele final de semana abraçados olhando o mar. E pode parecer
loucura mas sim, já tenho guardada a que cantarei sozinha no meu quarto depois
que você for embora.
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