sexta-feira, 17 de junho de 2022

A Festa

 

                                       "Nossa química é perfeita, nos completamos em um nível psíquico altíssimo, eu diria                                     que nosso amor é nossa religião, nosso ópio. Como pode um ser tão metódico como eu querer alguém tão bagunçado assim como você? Nem Freud explica."

Maria Pia

Cheguei atrasada, a festa já estava cheia, de risadas, bebida e cores. Cumprimentei os amigos, e fui em direção ao bar buscar uma bebida, pois pode parecer contraditório, mas precisava dela para me manter equilibrada até o final da noite. Embora quisesse muito interagir e conhecer as pessoas, eu também desejava outras coisas que não podia desejar. Busquei me distrair conforme as possibilidades. Enfim, a bebida começou a deixar a festa mais divertida, estava mais fácil rir de algumas piadas forçadas que ouvia. Resolvi ir dançar – é uma esperiência sensorial diferente fazer isso alcoolizado, caso nunca tenha feito, recomendo experimentar (com cautela).

Luzsaudademúsicamágoatonturabebida–pensamentos–cheiroslembrançasvisão periférica–decepçãosensibilidade–bebida–confirmação–dança–sensações.

Claro, sempre tem aquele momento que você precisa dar uma volta, então aproveitei para ir ao banheiro. Entrei, ela estava lavando as mãos na pia – o coração acelerou, como de costume. Ela me olhou pelo reflexo do espelho e voltou para si, como se nada tivesse acontecido. Se moveu eu direção a porta e meu primeiro impulso foi segura a maçaneta, travando-a para ninguém entrar e nem sair. Ela, sem me olhar nos olhos, me pediu:

– Licença...
– Não consigo.
– Eu preciso sair.
– Eu preciso te beijar.
– ... Se você não me deixar passar eu vou gritar.
– E eu vou ser obrigada a tapar a sua boca com a minha.

Ela tentou me tirar da porta pra passar, eu a puxei pelo pescoço e a beijei como nunca. A levei com meu corpo para dentro da cabine mais próxima. Ela não relutou, mas tentou falar algo e, imediatamente, a puxei pelo cabelos e a calei com mais beijos.

 

[ Continua... ]





[ ou não. ]

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Malaxofobia

 


"O horror visível tem menos poder sobre
a alma do que o horror imaginado."
William Shakespeare

Dizem que se você consegue falar de uma dor sem chorar, é porque você a superou. Hoje assumi pra mim mesma que não cicatrizou. Acredito que não foi por terminar repentinamente depois de momentos intensos. Não foi por usar um motivo que não encaixava na minha lógica. Foi pela forma que a notícia chegou, com o despejar de raiva, humilhação, crueldade e usando tudo que confiei para machucar. Até da minha maior dor foi colocada sobre a mesa de plástico, tão fria quanto o coração de quem falava. Eu achei que iria parar de respirar, enquanto meu corpo queimava por dentro. Enlouqueci. Comer era quase impossível. O banheiro do trabalho era o lugar seguro para as lágrimas, quando os pensamentos agitados entravam em combustão.

O ímã que atraiu as almas trocou de lado, prantos intermináveis, rezando, ora pra Deus, ora pro Diabo. Tivemos outras chances, que só se desgastaram com inúmeras atitudes erradas de ambas as partes. Tentei fugir várias vezes, confesso, da maneira errada. Mas a necessidade de fugir era maior do que o sentimento, que volta e meia, pesava mais na balança. O medo das explosões criava as omissões, as fugas, a necessidade desesperada de paz a qualquer custo.

Caminhei até a praça pra te ver de longe. Não estava preparada para te ver de perto e, quando vi, me deparei com uma frieza agressiva. Vi aquela que conheci há anos atrás. "Ninguém se cura sem cortar a causa do mal, sem se privar do que machuca (...) Ninguém volta a sorrir nos lugares onde sua felicidade foi perdida, roubada, aviltada, negada." E isso vale pra você também. Acredito que devemos deletar as "culpas", porque delas nada de bom sairá. Mas é importante nos protegermos, sem machucar, sem trair a confiança que um dia foi depositada uma na outra. Sofrer com dignidade e respeito a tudo que foi vivido. 

A verdade é que não há remédio que mude a essência, a reação de machucar toda vez que se sente machucada, estando juntas ou não. Entendi meu medo de você, mas vou me curar um dia. Entendi que meu inconsciente nunca esteve errado em me proteger, ele sabe que outra dor dilacerante eu não resistiria. Nunca foi falta de amor, foi, e continua sendo, pânico de morrer de novo. É instinto de sobrevivência.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Quando não souber o que fazer


"A parte que ignoramos é muito maior
que tudo quanto sabemos."
_Platão_

Respire fundo e tente ver a situação de fora, neutralizando qualquer sentimento. Ninguém é perfeito, então abandone a ideia de uma relação assim, seja ela qual for. Quando não souber o que fazer, elogie, mas com sinceridade. Esteja por perto, é seu colo que ela vai querer, seja pra descansar ou chorar. Não tenha medo de qualquer coisa que esteja além de vocês dois, fatores externos sempre existirão e terão que lidar com isso. Quando não souber o que fazer, veja um filme ou uma série, é incrível o que você pode aprender com eles. Abrace-a do nada, não espere por motivos. Quando não souber o que fazer, faça um chá e admire a lua. Evitem segredos e mentiras, isso vai corroer o sentimento aos poucos. Se interesse por ela e seu dia. Ela é a sua pessoa, provavelmente a única com quem você pode ser você mesmo. Aproveite, isso é raro. Quando não souber o que fazer, chame pra conversar, não há nada mais esclarecedor. Deduções nunca plantaram boas sementes. Se ela é a primeira pessoa que você pensa quando acaba de acontecer algo bom e quer contar, isso é um sinal. Se te arrepia com facilidade, é outro forte sinal. Quando não souber o que fazer, roube um beijo, as reações são quase tão boas quanto o próprio beijo. Quando não souber o que fazer, mande uma mensagem contando como ela a faz sentir e a falta que faz. Orgulho é veneno, que mata aos poucos e te deixa distante das alegrias. Ninguém é perfeito, lembra? Pra ser feliz é preciso arriscar e, inevitavelmente, vai doer, às vezes. As melhores experiências vêm acompanhadas de alguns arranhões. E tudo bem.
Não há quem pare duas pessoas comprometidas em serem felizes e crescerem juntas. Elas se apoiam, se cuidam e não desistem à toa. Quando não souber o que fazer, tome um banho quente, com música e tudo mais que tiver direito. Acaricie um animal, fará um bem danado para ambos.
Quando não souber o que fazer, dê uma pausa, procure um lugar silencioso, feche os olhos, respire calmamente. Às vezes, a resposta que você precisa pulsa no seu coração. Ouça.

sábado, 23 de maio de 2020

Sabor de despedida... ou não


Sorte?! Não era das coisas mais presentes na vida de Diana. Sorte no amor, então? Melhor mudarmos de assunto. Mas espera aí! Quem nunca teve ou foi uma decepção amorosa? Está bem, não se pode negar que Diana tinha o “hábito” de colecionar complicações na vida. Por quê? Não sei, meu palpite é que o roteirista da vida dela era metade ironia, metade sarcasmo.
Noite fria, largada na poltrona velha e desbotada, Diana assistia vários canais ao mesmo tempo pra tentar focar em algo menos bagunçado que seus pensamentos. Sem sucesso, ia desligando a  TV quando uma frase de um anúncio de sei lá o que chamou sua atenção: “Se te faz sorrir e não sai da sua cabeça, não desista”. Ela sorri, debochadamente, desliga a TV e vai para o quarto. 
Deita e … pára tudo! Ela não tinha mais nada a perder. “Dane-se!”, falou em voz alta. Pegou uma folha de caderno e escreveu devagar, caprichando na letra:
“Sei que errei muito, mas você nunca entendeu ou soube dos motivos das minhas escolhas. Não tem que me perdoar, mas posso pedir um último beijo? Te espero onde foi o nosso primeiro beijo, no dia do meu aniversário. É o único presente que quero. Prometo nunca mais te procurar.”
Fechou os olhos, tomando coragem. Se deixasse para amanhã, provavelmente a coragem já terá se diluído em seu medo. Pulou da cama e, sem pensar duas vezes, colocou o bilhete do bolso do casaco e foi andando pela rua, tão escura e deserta quanto estava seu coração. Chegou e ficou olhando aquela janela onde passava na frente pelo menos uma vez na semana sem saber o porquê do masoquismo. Coração acelerou, mas controlou a vontade de entrar pelo portão  gritando clichês bregas românticos. Colocou o bilhete na caixa de correio e, contrariando sua vontade de ficar, foi embora. Provavelmente não conseguirá dormir hoje. Seu aniversário, que ia passar em branco, já é na próxima semana e agora iria marcar sua vida. Não que ela tivesse esperança de receber seu ”presente”, mas se acontecesse… ah, se acontecesse.
Como era esperado Diana não conseguiu dormir e se recusava a voltar para a TV. Ela já tinha feito estrago demais. Se obrigou a tomar remédios para dormir,  pois tinha que trabalhar cedo, mesmo sem um pingo de vontade.
Acordou atrasada, só vestiu a roupa, escovou os dentes e correu para o trabalho. Sentada na da sua mesa, ela se lembra, por um minuto, da noite passada, com aquela sensação de que foi um sonho. E, no minuto seguinte, cai na real, foi mais real do que ela gostaria.
Ficou na dúvida se se matava naquele momento ou esperava a hora do almoço. Mas acabou usando a hora do intervalo para tentar desfazer a besteira. Tentou pegar o bilhete da caixa de correio mas parecia não ter mais nada ali. “Quem é que acorda cedo pra pegar cartas?”, resmunga baixinho. Com a cabeça mais congestionada do que antes volta para o trabalho mas não consegue se concentrar. Às 18h bateu seu cartão-ponto e voltou para casa, quase no automático. Podia ouvir a sonoplastia fúnebre de fundo. 
Os dias passaram tão rápido, parecia que o universo conspirava para celebrar seu aniversário.”E se eu não aparecer? …”, e assim, aflita, foi a véspera do seu aniversário,  fazendo mil perguntas que ela mesma respondia sem muita convicção.
Mal abriu os olhos de manhã e seu coração parecia que ia sair pela boca. Chegou o dia. E agora? Se ela tivesse um controle remoto da vida, com certeza iria acelerar até o dia seguinte.  Mas, infelizmente, a tecnologia não avançou tanto assim.
O dia de trabalho nunca passou tão rápido. Foi pra casa, tomou seu banho e ficou um bom tempo se olhando no espelho, esperando uma resposta de si mesma.
O local parecia vazio. “Que ótimo! Não vai abrir hoje!”, pensou, aliviada e entusiasmada com o destino. Abre-se a porta preta e sai um homem, que acende seu cigarro, olha pra ela e sorri: “Chegou cedo, hein?! Fica tranquila que vamos abrir em 15 minutos”. E assim nasceu o sorriso mais amarelo da história. Diana entra, seguida de um grupo de amigos, a música já está tocando. Não que isso a acalmaria, mas ela desejava, fortemente, um atentado terrorista naquele lugar. Era uma mistura de ansiedade, medo, vergonha e... “o atentado não vai acontecer mesmo?”. Já estava na sua terceira dose. Vai que o coma alcoólico fosse vantagem dessa vez e a salvasse, já que os terroristas estavam atrasados?
As horas passavam e mais copos iam, rapidamente, ficando vazios. Mas como de costume, começa a tocar aquela música pra desestabilizar mais ainda o psicológico de Diana. Ela nem conseguiu se recuperar da música quando entrou, com a roupa mais provocante possível, preta, e o perfume que chegou segundos  antes do último capítulo dessa tragédia. “Que bom, já veio de preto, para o meu funeral.”, pensou, segundos antes de se dar conta que quase não sentia seus membros. Enquanto estava vendo a tragédia se aproximando em câmera lenta, planejava como iria se desculpar por tudo aquilo. Obviamente, não deu tempo, Marina, séria, parou em sua frente, silêncio constrangedor.
Devido a música alta, Marina se aproxima e fala bem próximo de do ouvido de Diana:
- Eu não me importo de dar seu presente de aniversário, se me prometer que não será o último.

E o que parecia estar perdido, recomeça, uma história que poderia ser com você, com seu vizinho, com sua prima, ou qualquer pessoa que, por um segundo, resolveu sonhar.

sábado, 2 de maio de 2020

.Game . Over.


Sempre tem aquela fase que você não consegue passar, por mais pontos que faça. O vilão é sempre invencível, até que você o vença. Será que somos tão vítimas das situações como contamos? Já parou pra pensar que se não tivesse dado aquele passo nada disso teria acontecido? Se, simplesmente, apagasse aquele dia? Talvez, tudo comece a ficar com o peso igual, ou pelo menos um certo equilíbrio entre os erros e os acertos. Sim, tiveram acertos, todas as vezes que houve verdade, sinceridade, preocupação com o outro, não só com si. Eu acredito naquela história que ninguém conhece alguém por acaso, assim como quando se reencontram. 
Mas o que você fez nesse intervalo? Quem se tornou? Não quem é de fato, mas essa pessoa que aparece na vitrine, que você molda conforme lhe convém. Não sei se é isso mesmo que quer ser, mas sei que não é o que eu quero pra mim. Ou está mentindo pra mim ou pra você mesma. E tudo bem, essa onda já passou, chega a ser mágico como o mar que desmancha a escultura de areia. E isso alivia a alma. Não sou ninguém pra dizer o que é certo ou errado, apenas não quero. O tempo está passando e preciso ir. Sinto, nesse momento, uma paz na qual me envolvo daqui pra frente. Ciclo finalizado, como deveria ter sido há muito tempo. Só vejo coisas boas pra todos nessa história, e, quem sabe, um reencontro futuro em um shopping, no teatro ou no parquinho onde nossos filhos se conheçam e brinquem juntos. Ou num parque onde vamos beber e rir disso tudo. Rir, é isso que desejo pra nós.
Sorrindo, aceno, viro-me e vou embora mais madura, com a tranquilidade de não ter sido eu que não teve coragem de ser feliz.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Amor (im)Próprio



“Só se cura um amor com outro amor. E ele se chama amor próprio”.


       Ela não aguentava mais ficar ali, no escuro e sem perspectivas de nada, por mais amor que tivesse. Ela saiu a pouco tempo daquela caverna que um dia a fez muito bem, ou achava que fazia. Ela sente falta todos os dias, mas tem medo de voltar. Por mais que a caverna a tenha protegido muitas vezes, tenha sido seu colo e seu lar por anos. Ela tem um sentimento ímpar e infinito por aquele lugar, mas não gosta de como estava se sentindo lá. Tem boas lembranças que ficarão pra sempre dentro dela, as quais são sempre lembradas com um leve sorriso. A garota tenta não passar perto da caverna, pois as últimas vezes ela não resistiu e entrou, cuidou, reviveu, amou cada centímetro daquelas paredes. Não percebeu o tempo passar, de repente, estava quase tudo escuro. O pânico a tirou de lá, correndo, chorando. Suspirou aliviada quando tomou distância suficiente, mas ainda sim, querendo olhar para trás. Ela sempre promete não voltar para perto dali e, quando percebe já está bem próxima, como se algo a puxasse sempre. Era algo bom, seguro, doce, alegre, encorajador, protetor e, ao mesmo tempo, nada disso.

      Ela não acreditava nisso, mas depois foi obrigada a admitir o que ouviu uma vez: Tudo que fazem com você, é porque você mesmo permite. Se te machuca, não deixe, mesmo que doa se afastar, mesmo que qualquer coisa. Entre salvar você e o outro, se priorize, afinal, ninguém no seu lugar vai escolher alguém que não seja ele mesmo. Quando puder salvar o outro sem arriscar sua própria vida, faça-o. Quando for realmente amor, que seja merecido, e não imposto. Que seja dividido, e não cobrado. Que seja cuidado, e não sacrificado.
      A garota construiria seu castelo naquela caverna. Porém, sempre passam furacões por ali, além de se sentir amarrada constantemente, sem saber o motivo. Por mais aconchegante que fosse, estar lá dentro significava sacrifício, que causam machucados, cujas cascas sempre eram arrancadas pelas paredes ásperas. Como a caverna ainda exercia uma influência forte, mesmo a menina não estando mais lá dentro, foi preciso ir pra longe, mesmo querendo ficar.  Um “adeus” com gosto de “até breve”. Foi, é, e continuará sendo condenada pelo crime de escolher o que é melhor pra ela. Queria que fosse diferente, então descobriu que só querer não é poder... nem por amor.


quarta-feira, 8 de maio de 2019

Transborda-me




Já conheceu alguém que, quando olhou pela primeira vez em seus olhos, algo aconteceu dentro de você? Mesmo que não tenha percebido naquele mesmo instante, mas soube que ela havia alterado alguma coisa nas batidas do seu coração.
Não importa como esteja o ar a sua volta, tudo se torna magicamente colorido. Sonhos, desejos e sorrisos bobos passam a te acompanhar, muitas vezes sem você nem perceber.
É como se não conseguisse fugir, se pega inventando desculpas para estar perto. E estar diante dela já é incrível. As coincidências se tornam frequentes. O toque é diferente de qualquer outro. O beijo é único. O abraço te inunda de algo que nem existe palavras pra definir. É inevitável não planejar sua presença nos passeios mais improváveis. 
Mas como tudo, não é fácil, óbvio e com receita pronta pra florescer. Ás vezes, é algo tão forte que se embaraça, sendo preciso tempo e distâncias para desfazer os nós. Para então, a linha fazer novos desenhos e histórias, percorrendo e pulsando por todo corpo, por todas as dádivas que nos aguardam, logo ali. Nesse momento, a felicidade transborda, e fica desejo de parar a vida naquele instante, nem que seja pra ter mais tempo de guardar todos os detalhes dentro de si, antes que o vento a leve, de novo, pra longe. Estarei esperando a próxima primavera pra, com sorte, sentir tudo isso novamente, estonteante e intensamente.

sábado, 13 de abril de 2019

Como?



Como é olhar nos meus olhos e ver todos os meus desejos e dores? Como é tocar alguém que se arrepia só com a sua respiração? Como é não conseguir olhar nos meus olhos por mais de 5 segundos? Como é beijar alguém e latejar o corpo todo? O que sente? O que pensa? Como é sorrir no meio do dia por uma lembrança? Como é me ver num dia comum e imaginar meu corpo entre o seu e a parede? Como pode meu beijo ser na boca mas, ao mesmo tempo ele percorre você inteira? E quando nossos olhares se cruzam sem querer e o calor toma conta do corpo todo? E quando você olha pra minha boca, sem dar a menor atenção para as palavras e viaja nos meus lábios da forma mais sacana possível? Como é ver meu ombro de fora e se imaginar nua, colada em mim? Como é sentir você estremecer com um único músculo? Saboreio-te com os olhos sem ninguém perceber. Como é ter você em cada fragmento meu e não poder te tocar? Como é acordar e dormir pensando em você? Como faz quando sinto o seu cheiro no ar e não posso sentir seu gosto? Como acordar e seu rosto ser a primeira obra de arte que desejo ver? E quando sonho com você e acordo sem você? Como é, no meio do nosso amor, eu acordar na escuridão da minha solidão? Como é não saber se vou sentir seus lábios novamente? Como é passar na frente da janela só pra saber se está lá? Como te ver e não sonhar? Como é sentir o seu perfume e não poder beijar cada curva do seu corpo? E como, por favor, me diz como não desabar com seu sorriso? 

Como é? Se souber de algo, não me conte, me faça sentir! Me faça sua!



Daphne Garcez

segunda-feira, 19 de março de 2018

Paz e Amor (?)

Amor, Paz, Ame, Vermelho, União, Romance, Sentimentos

"Não encontramos a paz no amor que as pessoas podem sentir por nós, mas no amor que podemos sentir pelas pessoas."
Juahrez Alves


A pessoa certa é aquela que fica? Ou aquela que faz o que é melhor para os dois ou pra você? Até onde vale a pena se matar aos poucos por alguém? O que é certo e errado? Isso é errado? Se você sabe o que tem que fazer, não faz por quê? É amor mesmo?

Andava distraída com esses pensamentos confusos e, simplesmente, me vi presa a uma teia de aranha, onde parecia ser o lugar perfeito. Ah... Desculpe as desilusões, mas a perfeição não existe. Quanto mais tento sair, mais presa e cansada fico. Eu só fico ali, não me alimento, nem de comida nem de sonhos. Vou vivendo ali, até secar por completo. Prefiro morrer a matar.

Vou definhando por aqui e, até que alguém me prove que amor e paz podem andar juntos, eu não quero amor nenhum.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Nosso Castelo




     Hoje eu encontrei onde vou morar. Já trilhei meus planos e os detalhes de como tudo vai acontecer. Sem prender nem contar com ninguém, vou construir meu castelo silenciosamente. Se eu contar vai me dizer: “Nossa, parece coisa de filme!”, ou “Você está vendo muito novela”. Eu fico com primeira opção. Primeiro, porque eu não assisto novela. E depois, os filmes nada mais são do que a realidade filmada e editada. 
      Pode parecer loucura. E também não me importo, nunca disse que eu era normal.  Vou sozinha, mas confiante. O que eu senti quando imaginei um momento X, me foi o suficiente para colocar em prática. E quando sinto, é tão mágico que me inspira. Vou trabalhando os maus hábitos que não vão combinar com o que me espera. Talvez eu seja o Príncipe que cai do cavalo no clímax da história. Mas vou embarcar nisso, pois sei que vale a pena, pelo sorriso que vi. As visões que tive na minha casa nova não têm preço. Dizem que quando a gente quer muito, de verdade, com pensamento forte as coisas acontecem. Por agora não tenho muito mais o que falar, preciso começar logo, pois meu castelo me espera. Esse é o prólogo de uma história muito linda que teima em não morrer. E com esse castelo, muitas outras coisas virão. Em breve volto aqui pra te contar. Ou te levarei lá. Muito em breve...