Momentos de descontração. De conversa séria. De bronca por
não se cuidar como deveria. De lembrar espontaneamente de você no meio do dia. Momentos de cuidado e preocupação – muitas vezes excessiva. De “conversar” sem conseguir
prestar a menor atenção no que está falando – podendo até começar a falar em
outra língua que eu continuaria entretida em você. Momento de querer mandar uma
mensagem de madrugada só pra você sorrir antes de dormir. De esconder o ciúme
para não parecer boba e insegura demais. Momentos
únicos por si só. De olhar um objeto ou roupa e te
imaginar nela. Momento que deveria extravasar embriagada com os amigos e se
pegar sentindo sua falta. De ficar sem graça com alguma situação específica,
tentando rapidamente mudar de assunto. De planejar uma surpresa com toda empolgação
do mundo, mas faltando coragem pra concluí-la. Momentos que o coração fica
apertado de ver suas lágrimas e não poder fazer absolutamente nada além de te abraçar. Momentos de irritação contida quando fala de outra pessoa com
interesse. De querer só te deitar no colo e fazer cafuné até você adormecer. De fingir que não estou te olhando quando na verdade estou atenta a cada palavra, a cada movimento seu. De
ficar sem fazer nada, mas ao seu lado. Momentos de quase – quase mesmo –, em um instante
improvável, falar tudo isso olhando nos seus olhos.
Momentos que me vem
uma vontade desesperada de fugir, correr na direção oposta sem volta, sem olhar
pra trás. Então, lentamente, diminuo a velocidade até parar e me lembro de que
estou me afastando do que verdadeiramente me faz bem, apesar de tudo.