O tempo é o senhor do abstrato. Minutos que se diferenciam
por uma linha tênue ou por total opostos. Nesses extremos mora a loucura,
pronta pra te fazer perder novamente. Perder oportunidades, momentos, se
perder. Compreender não tem ligação nenhuma com o controle do que se sente. Eu
entendo os minutos do “nada mais importa”. O grito fica preso na garganta e a
única coisa que penso é não querer pensar. Medos dos pensamentos mais absurdos
mas que, naquele momento, te parece ser o mais fácil. Estou caindo, sempre, por
mais que suba alguns metros de vez em quando. Eu sinto uma falta de ar
violenta, posso parar de respirar a qualquer momento. E se o amanhã não chegar
é sinal de que eu não era tão forte quando me diziam. Um minuto pode separar a
vida da morte, sabia?
Sinto-me amarrada, condenada e sem forças pra me livrar das cordas que estão tão apertadas quanto meu coração. E me encolho, me escondo de mim mesma, mas a dor não passa. Eu paro de me cortar para pintar as unhas com meu próprio sangue. Os olhos negros continuam a me observar pelo vão da porta e eu finjo não perceber. Acabaram as unhas e então pintei os lábios, os olhos, os seios, as pernas,...
Sinto-me amarrada, condenada e sem forças pra me livrar das cordas que estão tão apertadas quanto meu coração. E me encolho, me escondo de mim mesma, mas a dor não passa. Eu paro de me cortar para pintar as unhas com meu próprio sangue. Os olhos negros continuam a me observar pelo vão da porta e eu finjo não perceber. Acabaram as unhas e então pintei os lábios, os olhos, os seios, as pernas,...