"Ousa dizer a verdade: nunca vale
a pena mentir. Um erro que precise de uma mentira, acaba por precisar de duas."
George
Herbert
Dói. Dói e não é pouco. Prefiro mil vezes que errem comigo do que eu
errar com os outros. E quando se erra com quem ama, aí sim, são dor e culpa eternas.
Não importa as justificativas, os motivos. Não importa se é pra proteger, por
confusão. Realmente não importa, a dor é a mesma. Mas nunca, em nenhum momento
errei por maldade, por sacanagem. Queria que me desculpasse por não saber lhe
dar com meus próprios sentimentos, ainda mais quando se misturam tanto e em tão
curto espaço de tempo. Eu fiz uma escolha, segui o coração, mas isso não apaga
de um dia para o outro os outros sentimentos que nele habitavam. Eu me punia a
todo instante e a angústia e desespero me faziam não conseguir falar um minuto
no assunto, deixando as coisas como estavam. Eu só queria, desesperadamente,
que passasse logo. E como se não bastasse não passar, foi piorando, machucando.
E esse amor já foi tão machucado e maltratado que às vezes - talvez pela minha
fase negra - penso que não sobreviverá. Não consigo conviver com a minha culpa,
logo não consigo ser eu mesma, não consigo dizer "eu te amo" sem me
sentir culpada, simplesmente não consigo mais. Não basta me recriminar todos os
dias, minha maior punição é ficar sem você. Te farei sorrir, te ajudarei, te
amarei pra sempre, por todas as minhas vidas. E por te amar tanto, prometo
estar sempre ao seu lado, mas não mais contigo. Essa foi a última vez que te
magoei, esse foi meu último erro.