domingo, 5 de março de 2017

Metamorfose



    Aquele momento que você parece um CD e tem uma faixa no repeat, incansavelmente. Mas não é da sua música favorita. Só não volto pra faixa anterior porque não sobreviveria mais uma vez. E mesmo que não queira, mesmo que doa, mesmo que vá sentir falta, é preciso ir à diante. É preciso voar até se encontrar. Não posso me acostumar com a dor, por maior que seja o amor. 
  Não se pode correr uma maratona de perna quebrada. Todo machucado precisa cicatrizar, pra não doer mais depois, ou machucar quem não tem nada a ver com suas dores. Esse processo é muito individual, mas depende mais de você mesmo. Cada um sabe onde e quanto dói, então pressão nenhuma vai acelerar o processo, pelo contrário. Mude. Alguma coisa tem que mudar, nem que seja mudar de cidade. Vai! E se der medo, vai com medo mesmo. O máximo que vai acontecer são novas histórias, novos desafios, novas oportunidades. Enquanto isso, desejo que seja feliz, desejo abraços que te acalmem, cafunés, sorrisos. Eu quero e preciso, desesperadamente, me encantar pela vida novamente. Talvez, sem querer, a gente se esbarre lá na frente, curadas, mais maduras, com os corações inteiros, e prontas para enfrentar o que for, lado a lado.

    Se você quebrar o casulo antes da hora, a borboleta não conseguirá voar, e pode nem sobreviver. Ela precisa do tempo dela. E, se você souber esperar, verá quão lindas serão suas asas colorindo ainda mais o seu jardim. De repente, sem querer, depois de voar por aí, entre tantas coisas, a gente decida pousar no mesmo lugar. Mas, por hora, o melhor é voar pra longe.