"Nossa química é perfeita, nos completamos em um nível psíquico altíssimo, eu diria que nosso amor é nossa religião, nosso ópio. Como pode um ser tão metódico como eu querer alguém tão bagunçado assim como você? Nem Freud explica."
Maria PiaCheguei atrasada, a festa já estava cheia, de risadas, bebida e cores. Cumprimentei os amigos, e fui em direção ao bar buscar uma bebida, pois pode parecer contraditório, mas precisava dela para me manter equilibrada até o final da noite. Embora quisesse muito interagir e conhecer as pessoas, eu também desejava outras coisas que não podia desejar. Busquei me distrair conforme as possibilidades. Enfim, a bebida começou a deixar a festa mais divertida, estava mais fácil rir de algumas piadas forçadas que ouvia. Resolvi ir dançar – é uma esperiência sensorial diferente fazer isso alcoolizado, caso nunca tenha feito, recomendo experimentar (com cautela).
Luz–saudade–música–mágoa–tontura–bebida–pensamentos–cheiros–lembranças–visão periférica–decepção–sensibilidade–bebida–confirmação–dança–sensações.
Claro, sempre tem aquele momento que você precisa dar uma volta, então aproveitei para ir ao banheiro. Entrei, ela estava lavando as mãos na pia – o coração acelerou, como de costume. Ela me olhou pelo reflexo do espelho e voltou para si, como se nada tivesse acontecido. Se moveu eu direção a porta e meu primeiro impulso foi segura a maçaneta, travando-a para ninguém entrar e nem sair. Ela, sem me olhar nos olhos, me pediu:
– Licença...
– Não consigo.
– Eu preciso sair.
– Eu preciso te beijar.
– ... Se você não me deixar passar eu vou gritar.
– E eu vou ser obrigada a tapar a sua boca com a minha.
Ela tentou me tirar da porta pra passar, eu a puxei pelo pescoço e a beijei como nunca. A levei com meu corpo para dentro da cabine mais próxima. Ela não relutou, mas tentou falar algo e, imediatamente, a puxei pelo cabelos e a calei com mais beijos.
[ Continua... ]
[ ou não. ]