quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O barulho que preenche o silêncio

"Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música."
                                                                                                         (Aldous Huxley)



Eu estou anestesiada de uma forma diferente hoje. De uma forma que não ficava há pelo menos 8 anos. Dormi quase me afogando em lágrimas que pareciam ácidas de tanto que doíam ao cair pelo rosto. Horas se passam na madrugada, mudo a posição, então resolvi rezar pra conseguir dormir, não aguentava mais estar acordada. Não lembro nem a hora aproximada que consegui finalmente adormecer e, pra minha tristeza, acordei – e cedo. Foi um dia silencioso. Passei a maior parte dele na varanda, enrolada no meu silêncio. O nó na garganta me impediu de comer todas as vezes que tentei. Já são 10 horas da noite e ainda não senti fome pra ter uma desculpa pra forçar ingerir algo novamente. Desisti da comida. Agora só espero ansiosamente a hora de voltar a dormir. Mas não queria que avançasse os dias no calendário. Tem como? Igual naquele filme que você dorme, acorda e é sempre o mesmo dia. Vive sempre as mesmas coisas, vê sempre as mesmas pessoas. Chato? Talvez. Mas não será surpreendido, saberá o que vai acontecer, o que vai sentir... Às vezes é isso que parece faltar, parar de pensar cada dia uma coisa, sentimentos que oscilam incansavelmente, decisões que não se decidem nunca. Se bem que mesmo na vida real tem coisas que se repetem e sempre se repetirão, independente de nós ou de nossas vontades. Assim como o silêncio. Assim como nossos passos errados, as decepções, as fugas, as esperanças, as dores, os abraços, as despedidas. Assim como sempre serão as minhas raras e breves alegrias. Feliz ano Novo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário