domingo, 22 de julho de 2012

Momentos



   Momentos de descontração. De conversa séria. De bronca por não se cuidar como deveria. De lembrar espontaneamente de você no meio do dia. Momentos de cuidado e preocupação – muitas vezes excessiva. De “conversar” sem conseguir prestar a menor atenção no que está falando – podendo até começar a falar em outra língua que eu continuaria entretida em você. Momento de querer mandar uma mensagem de madrugada só pra você sorrir antes de dormir. De esconder o ciúme para não parecer boba e insegura demais. Momentos únicos por si só. De olhar um objeto ou roupa e te imaginar nela. Momento que deveria extravasar embriagada com os amigos e se pegar sentindo sua falta. De ficar sem graça com alguma situação específica, tentando rapidamente mudar de assunto. De planejar uma surpresa com toda empolgação do mundo, mas faltando coragem pra concluí-la. Momentos que o coração fica apertado de ver suas lágrimas e não poder fazer absolutamente nada além de te abraçar. Momentos de irritação contida quando fala de outra pessoa com interesse. De querer só te deitar no colo e fazer cafuné até você adormecer. De fingir que não estou te olhando quando na verdade estou atenta a cada palavra, a cada movimento seu. De ficar sem fazer nada, mas ao seu lado. Momentos de quase – quase mesmo –, em um instante improvável, falar tudo isso olhando nos seus olhos.
   Momentos que me vem uma vontade desesperada de fugir, correr na direção oposta sem volta, sem olhar pra trás. Então, lentamente, diminuo a velocidade até parar e me lembro de que estou me afastando do que verdadeiramente me faz bem, apesar de tudo.

sábado, 14 de julho de 2012

Uma Vez


"Vontade: impulso cego, escuro e vigoroso, sem justiça nem sentido."
Arthur Schopenhauer


    Não sei mais o que é real ou não. Mergulhei tão fundo em minhas insanidades que já não diferencio as pessoas, os sentimentos e desejos. Me pego fixa no horizonte buscando respostas que não virão, pois elas estão do lado de dentro. Do meu dentro e não do seu. E mesmo assim eu insisto em procurar em seus olhos e ficar neles até que não se possa mais. Sem falar nas vezes que vira as costas sem olhar pra trás me levando o ar, o devolvendo só no próximo encontro. E eu levo sempre partículas de você pra onde eu vá, as quais circulam sem controle pelos meus dias, pensamentos, meu querer.
     Podia ter uma vez que fosse diferente. Uma só. Uma vez que você não fosse embora. Uma vez que pudesse acariciar seus cabelos até adormecer. Que pudesse dar aquele abraço apertado sem pressa. Que pudesse escorregar lentamente o sempre beijo na bochecha até seus lábios. Uma vez que pudesse te fazer sentir a pessoa mais amada do mundo. Que pudesse deslizar toda essa vontade por cada centímetro do seu corpo. Uma vez que pudesse apreciar seu primeiro sorriso pela manhã. Uma vez que não exige, nem de longe, se preocupar ou cobrar o amanhã. Uma vez que pudesse deitar ao seu lado e conversar por horas. Uma vez pra pensar em você ao longo do dia guiada não só pela vontade óbvia, mas principalmente, pela saudade.

sábado, 30 de junho de 2012

Vulnerável


"Eu não quero promessas. 
Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos."
Tati Bernardi

  Vivendo em uma velocidade razoável sem prestar muita atenção no relógio. Correria dos dias, problemas, uma pitada de social, momentos bons, outros nem tanto, quando você acorda e vê o que realmente está acontecendo. Uma simples frase faz mudar o modo de ver e sentir as situações. Por que quando tudo está caminhando bem aparece alguém pra lembrar o quão confuso você é? Eu vou voltar a ver tudo como eu via antes e pronto, tudo se resolve. E como se faz isso? De que forma voltar a ver uma pessoa como outra qualquer quando ela é que faz toda diferença? Vamos assumir que seja mais uma viagem errada levando em consideração a minha eterna inconstância. O que, na prática, não muda muito menos ajuda em nada. Estou realmente cansada desse meu jeito de me apegar como uma criança ansiosa e com medo. Eu tinha encontrado o botão que finalmente desligava a vulnerabilidade afetiva. Na última vez que fui verificar se estava funcionando ele quebrou, para o meu tormento, para o lado ON.
   Em meio às brincadeiras e assuntos bobos tento camuflar a instabilidade que provoca em mim. Uma irregularidade boa que chega a parar o tempo. E dizem que é transmissível, porém inofensivo. Basta encostar tua boca na minha.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Aflição do Vazio



    Dor. Não tem outra palavra que melhor se adapte. Como se estivesse rasgando a alma, queimando as células. Ardência em todos os poros. Todas essas sensações se juntando e me dando a impressão de que não vai parar mais. Sinto como se tivesse perdido um pedaço meu, que me impede o respirar – antes inconsciente hoje, sacrificante.
    Não basta você passear em todos os pensamentos que, vez em quando, parece o centro de São Paulo às 18 horas. Viro ansiosa pensando ter ouvido sua voz – não era. Na inércia da agitação sentir o seu perfume trazido por um desconhecido. A loucura me envolveu como um todo. A intensidade da dor é tão agressiva que faria tudo pra parar de me corroer. Tormento que ocupa o vazio que ficou. Você ainda ecoa dentro de cada batimento descompassado.
     Passei por cima de tantas coisas, inclusive de mim mesma. Lembranças me atormentam com uma frequência desumana. A minha cama já não aguenta mais a agitação do sono que não vem. O travesseiro chega a umedecer meus cabelos com minhas próprias lágrimas. Seria a pessoa mais feliz do mundo se alguém me dissesse: “Calma, garota, existe um botão que desliga tudo”.
     Não se pode culpar ninguém, fato. Sequência de falhas, confusões, medos e situações que não favoreceram, certamente. O doer vai mais fundo com o conflito dos desejos. O desespero do que é necessário contra o involuntário. Corro de um canto para o outro e não vejo saída alguma, por mais longe que eu vá. Eu não quero mais sentir! Nada mais me interessa! Só quero que isso pare! Me tirem daqui, por favor... enquanto o que restou de mim ainda consegue pedir socorro!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Possibilidades Vazias



   Não sei ao certo quem coordena o destino, mas podiam dar uma trégua uma vez ou outra. Momentos que, por mais não sejam o que você realmente espera deles, bastam. Engolir as palavras prontas a ultrapassar os dentes. Fingir que nada acontece. Possibilidades vazias por conta dos acasos e dos “se”s que permeiam sempre a razão. Pensamentos que já chegam com a tarja de censura. Agitados como peixes retirados da água mansa. “Reações químicas” em forma de sentimentos e sensações em constante conflito, oscilando, sussurrando. Uma intensidade quase desesperada que modela do lado de fora um sorriso compreensivo. Conversas sérias, engraçadas, brincadeiras... até virar a esquina, quando finalmente é permitido escorrer o sentimento que não pode ficar do lado de dentro.
 
Tem como andar ao lado e correr em direção contrária ao mesmo tempo?

   Corro! Corro sempre na direção que penso ser a correta. Paro pra tomar fôlego e sinto o vento tocando cada parte do corpo, arrepiando as vontades. Volto a correr na esperança de me livrar, mas quanto mais rápido corro, mais o vento me envolve, me corta, querendo me direcionar para o lado oposto. O lado que definitivamente queria estar. E se eu não posso ir, outros irão. E nada poderei fazer a não ser torcer que seja algo que te faça insuportavelmente bem (sempre), pelo simples fato de você não merecer menos que isso.

    Ainda guardo aquele “vale sorriso” que me faz sorrir por si só, lembrando do seu. Quando voltar à cidade vou cobrar... vários. Sim, vários! Tirei cópias daquele pra quando não aguentar mais não correr o risco de ficar sem minhas doses de você.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Sinceridade em pétalas de amor (verdadeiro)


 
 “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”,
mas assim como a flor, se abandonada ou mal cuidada, morre.
Aí, garoto, só na outra vida – sendo otimista.

    Não abandono ninguém. As pessoas é que me perdem aos poucos e quando se dão conta já é tarde demais. Não, não terá nem o direito de cobrar ou julgar minha decisão. Reflita sobre suas atitudes nos últimos meses antes de criticar as minhas das últimas 3 semanas. Já ouviu falar de ação e reação? É isso que liga seus meses nas minhas semanas. Eu que sempre me humilho finalizando os desentendimentos, dou sinal de vida pra você saber que ainda estou aqui esperando você lembrar disso. Já parou pra pensar que você pode não estar com a razão ao menos uma vez na vida? Cansei. Só. E só estaria, se não tivesse amigos, poucos, mas sempre presentes - pelo que sou, não pelo que posso proporcionar.
“Te amo” virou “bom dia”, dito no auge da alegria momentânea e em situações específicas. Se soubesse o que isso realmente significa teria vergonha de dizer se não o sentisse de verdade. Aliás, vergonha é outra singela característica rara, que me faz acreditar que atuam tão bem, dia após dia, que acabam acreditando em suas próprias mentiras – logo, não tem motivos de se ter vergonha. Seria uma justificativa lógica. E por que estou tentando achar lógica nesses tipos de pessoas? Ah, Sim! Porque tudo é muito óbvio, tudo tem um objetivo, pra não dizer, interesses – que são os recheios de todas as suas atitudes, declarações de afeto, etc. Enfim, aqueles que tentam agradar a todos estão longe de entender que só se conquista as pessoas pelo coração. Qualquer outro agrado é superficial, com data de validade estipulada: até o próximo agradar também, de forma maior ou futilmente diferente.
    Então tomei uma decisão: cuidarei melhor do meu jardim, tirarei - mesmo que isso acabe (mais) comigo - as flores belas só por fora e as que preferem estar no jardim ao lado. Porque só eu sei o gosto das suas ausências, a acidez do seu orgulho e a ardência do seu egoísmo. Vou sim me preocupar com cada pétala das flores que se preocupam comigo e fazê-las tão lindas, fortes e saudáveis que farão inveja a qualquer jardim das futilidades e pó de afetos. Prometi a mim mesma que não vou mais cobrar, pedir ou ficar correndo atrás pra ter as pessoas que gosto por perto. Eu cansei de amizades pela metade, de gostar sozinha. Se tiver interesse de estar ao meu lado, de fazer parte da minha vida, mostre, se faça presente! Se não tem, tudo bem, não ficarei com raiva e continuarei a te tratar com a mesma educação que trato todos os colegas e conhecidos – afinal, você escolhe a categoria que quer pertencer.
    Eu dou o mundo, faço sacrifícios, enfrento quem for preciso por pessoas que são importantes, cujas atitudes me dizem mais que qualquer declaração de companheirismo e amizade. Serão estas que terão minha eterna dedicação, fidelidade, carinho, proteção e o que mais elas quiserem e precisarem. Estou me proibindo de dar prioridade a qualquer um para quem eu seja apenas uma opção.
      Não me leve a mal, mas você, que me procura só quando interessa, faz um favor?
 Não me procure mais!

"Se sou amado,
quanto mais amado
mais correspondo ao amor.

Se sou esquecido,
devo esquecer também,
Pois amor é feito espelho:
tem que ter reflexo."
                         Pablo Neruda

sexta-feira, 23 de março de 2012

Dias Eternos



E vem... Vem de mansinho te tirar novamente a estabilidade – se é que possui alguma. Eu odeio cigarro, mas parece tão bonito quando vejo, em câmera lenta, sua serenidade em meio a fumaça. É uma calma no sorriso que relaxa. Uma firmeza nas palavras que absorve minha atenção totalmente. Viajo nos seus discursos como quem ouve uma bela música tentando decorá-la. Palavras soltas, sem (conseguir) pensar, esbarrando no seu olhar que me atravessa, me tirando o pouco de ar que ainda restava nos pulmões. De longe observo todos os seus gestos, imaginando como seria o movimento dos seus lábios quando beija com intensidade. Como fica seu corpo quando colado em outro contra a parede. Como é... Não! Não vai embora ainda! Você sempre fica tão pouco. Posso não ter tanto a dizer como você, mas sei ouvir como ninguém. Já coloco minha mente a mil procurando uma desculpa para te encontrar novamente. Ansiedade sufocante me acompanhará até lá. Haja unhas inteiras, chocolates e atividades a fazer. Os outros eventos do dia que me perdoem, mas não posso não estar lá.
Chegou o dia, enfim! A sua beleza pode ser vista da esquina. Mas se me dá licença, prefiro ver de pertinho. Não por nada, mas uso óculos, sabe. Verdade! Conversas bobas na cozinha, risadas e um silêncio. Você se estica com dificuldade para pegar os copos do armário que estão logo atrás de mim, o que te traz tão perto que me faz esquecer até o que falava. “Quer que eu pegue os copos?” – indaguei sem piscar os olhos que permaneciam nos seus.
– “Só se a minha proximidade estiver te deixando incomodada.”
– “'Incômodo' definitivamente está longe de ser a palavra certa”.
E foi ali que senti a sua boca intensamente alucinógena, sem nem pensar nas consequências que estavam na sala ao lado. Faria de novo e de novo. E fizemos. Várias vezes no abraço da noite, nos cantos, nas brechas que tínhamos e com o cuidado que era preciso ter. Cuidamos tanto de nós que o que já era grande se tornou ainda maior. Mais abraços, mais carinho, mais desejo, mais amor. Laço inquebrável.
Não precisamos anunciar nosso amor nem temos a necessidade de mostrar nossa felicidade. Vivê-lo em segredo não diminui sua intensidade.
A paz de tudo que pensava e sentia ser confirmado, firmado. Os dias passando entre seus cabelos sem me preocupar com o calendário. Boa noite, meu bem. Dormirei logo, ansiosa, pois amanhã tem mais de você!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ponto Final




"As mais perigosas de nossas avaliações são
aquelas que chamamos de ilusões."

 Georges Bernanos

   Gotas, uma a uma, acariciando o vidro da janela onde me encontrava sentada há umas duas horas. A chuva lá fora parece não querer parar. O céu resolveu ser solidário e compartilha suas lágrimas com as minhas. Lágrimas que um dia foram gelo. O gelo forte, denso, capaz de lutar contra tudo, com quem fosse para permanecer ali, refrescando seu ego. Uma faísca aqui, outra ali não foram suficiente para fazer derreter uma só gota. Afinal está congelado, não se vê com nitidez o outro lado, mas está, inteiramente, sempre ao lado. Mas por força maior o gelo vai derretendo e, finalmente consegue-se enxergar o outro lado cada vez melhor. A verdadeira paisagem se revelando só agilizou o processo. As gotas vão escorrendo cada vez mais rápido até não restar mais nada e então, se vê o que realmente tinha do lado de lá. Quem é você? Aquela estória de idealizar alguém que não existe faz todo sentido agora. Não que buscasse a perfeição, mas sim peças que são perfeitas pra mim – para não dizer essenciais.
    Engraçado como aquela música que me fazia viajar a ponto de me deixar sem ar, escutando ela hoje, é apenas uma boa música. Não seria a primeira nem a última vez que um admirado herói, espremendo bem os olhos, se torna o inesperado vilão.
   Não se trata simplesmente de não concordar com atitudes, não aprovar comportamentos, não pensar da mesma forma, muito menos julgar. O ponto é aquilo que sempre vem acima de qualquer outra coisa, sentimento, desejo ou simples diversão. O ponto que cresceu com você, que te faz escolher este caminho ao invés daquele. Que exige a justiça, mesmo que você seja o mais prejudicado. Que, por mais vontade ou sentimento que tenha, não torna o ato real por simples respeito e amizade. Que não pensa, em nenhum momento em prejudicar, mesmo que você ganhe com isso. E é esse ponto que deveria finalizar cada atitude e pensamento. E talvez por isso que o gelo derreteu tão rápido no final. Não tinha um ponto que me ligasse (mais) a você. Eu procurei várias vezes, juro. Isso é bom? Pode-se dizer que foi a chave que me libertou do País das "Maravilhas". E você... bom, creio que é melhor começar a pontuar melhor a sua vida.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

The Game...

"Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. (...)
Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que
estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos."

C.F.A.

   O sussurro inesperado que sopra seu nome. O convite que te deixa sem graça. As provocações que te envaidecem.
   A tentação bate a porta. Uma, duas, várias vezes. Até que você - por vulnerabilidade misturada com vontade - aceita a proposta insistente. Mas como assim você foi embora? A bebida ainda permanecia em cima do balcão e o gelo já havia desistido de refrescar a noite. Tudo bem, eu bebo sozinha. Cada gole descia com um ponto de interrogação meio amargo.
  Dias silenciosos caminharam pelo calendário. Como uma nuvem que passa simplesmente por passar, você reaparece. Uma nova proposta é lançada. Com receio é pega no ar só para ver no que ia dar. Desta vez eu te vi. Bastaram dois minutos que virei as costas e, quando retornei, olhei ao redor, já não estava mais lá. Palavras lançadas como flechas certeiras que acompanhavam atitudes aparentemente desinteressadas. Quem tinha que fugir era eu. É um jogo? Claro! Só cuidado para não brincar demais. Eu também sei jogar quando eu quero. O fogo que, olhando rápido, parece brando pode queimar mais do que o incêndio mais violento. Jogue os dados e espere ver qual número vai dar. Ao invés de sair correndo, experimenta cutucar e ficar da próxima vez. Assim eu poderia olhar com calma dentro dos seus olhos e ver a vibração das suas células acompanhando o compasso acelerado do coração.
   Diz que vivo no ninho. Fala com todas as letras que quer, mas não sai da sua zona de conforto. As coisas têm que ser sempre do seu jeito. E caso não sejam, você some numa rapidez e precisão digna de show de ilusionismo. A tímida sou eu, lembra? A timidez que você diz gostar. Pois não parece... vem e fala isso a menos de 5 centímetros do meu rosto, olhando nos meus olhos, pra ver se me convenço. Consegue? Se ainda quiser, estarei aqui, no mesmo lugar. Não hesitarei, prometo. Porém, também não darei nem mais um passo neste tabuleiro.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Frágil


Frágil como toda e qualquer mudança. 
Deve ser feita devagar, doando o que ainda 
é bom e jogando fora o que só ocupa espaço.

 Engraçado como tudo na vida se transforma. Inclusive você mesmo. E acredite, é natural. As mudanças são necessárias e essenciais. São os desconhecidos que se tornam espantosamente presentes, já fazendo parte de você, assim como você deles. O carinho que, sem motivo algum cresce e começa a visitar seus pensamentos dia a dia. A antipatia que ameniza tornando-se indiferente e, quem sabe até, em momentos engraçados. O que era antes não é mais. Hábitos, manias, sentimentos, pensamentos. E a vida vai lhe mostrando portas que, talvez você não tenha a chave, mas vai abrir um dia ou a qualquer momento. Arriscando desde uma simples mudança de caminho na volta pra casa só pra ver o que acontece, mesmo sabendo que a probabilidade de novidades seja mínima. Sim, a vida é muito ampla e rica pra ficar se restringindo de tudo e todos - principalmente de si mesmo. Uma das coisas mais importantes que entendi – e da forma mais dolorosa possível – é que devemos nos esforçar sempre pra fazer bem e arrancar sorrisos de quem a gente realmente ama, enquanto podemos fazê-lo. E, por mais que tenha receio ou esqueça muitas vezes, tento colocar "este lado para cima" sempre que possível. Então realmente não me importo se não vão aceitar ou vão interpretar de um jeito totalmente errado as minhas reais intenções. Eu tenho vontade, eu vou fazer, porque só eu sei o bem que me faz cuidar de quem faz a diferença. As pessoas especiais são poucas, porém, te completam de uma forma quase que abstrata, mas incrivelmente intensa. É difícil – pra não dizer impossível – imaginar a vida sem elas. Não tem como saber quando ele será transferido para outro estado por causa do trabalho, quando ela fatalmente - do dia pra noite - nunca mais sairá com você às compras ou quando ele irá se apaixonar e morar no exterior.
 Exatamente por ser especialmente frágil que se deve cuidar como se fosse de você mesmo. Sem medir esforços, sem esperar nada em troca, sem pensar. Porque a mudança que você está planejando pra começar o mês que vem, meu bem... pode não dar tempo nem de encaixotar.